Atualmente os armadores brasileiros possuem frotas pequenas,
que na sua maioria transformaram-se também em subsidiárias de
armadores internacionais, e são poucos os que ainda navegam
no longo curso, grande parte deles utiliza seus navios apenas
em viagens de cabotagem.
Hoje listaremos armadores que operam apenas navios de carga,
as embarcações de propriedade desses referidos armadores ou
aquelas afretadas que levam seu nome. Não serão mencionadas
frotas de empresas de rebocadores, embarcações de apoio ou
FPSO's
Notamos que mesmo somando navios que não possuam bandeira
brasileira de nossos armadores particulares, não chegamos
sequer a 100 navios. Tal número só seria alcançado se somarmos
a frota da Petrobras, que na prática leva vantagem por ser
controlada em grande parte pelo estado, o que é muito pouco
se levarmos em conta o tamanho do país e sua faixa costeira.
A seguir ilustramos os armadores, suas frotas e seus
principais serviços:
A Aliança Navegação, é uma subsidiária da Hamburg-Sud e opera
principalmente rotas de cabotagem transportando containers.
Atualmente a empresa possui também 2 navios graneleiros afretados
para viagens de longo curso.
A Bandeirantes Dragagem possui uma frota antiga, porém operante
nos principais portos do Brasil.
A Elcano Navegação, é controlada por um grupo espanhol de
mesmo nome e especializada no transporte de minério na
região norte do país e produtos derivados de pétroleo nas
regiões nordeste, sudeste e sul.
As empresas H. Dantas e Libra atualmente não são nem sombra do
que já foram, operam 1 navio cada, apenas na cabotagem e são
embarcações com aproximadamente 30 anos de uso. A Libra agora
é controlada pela empresa chilena CSAV.
A Log-In Logística é uma empresa nova, das mais atuantes no
mercado, e atualmente opera linhas de cabotagem no transporte
de containers, utilizando-se de navios próprios mais novos, e
algumas embarcações afretadas. Futuramente receberá navios
encomendados junto ao estaleiro Eisa.
Tanto A Flumar quanto a Frota são armadores tradicionais prestes
a serem extintos, a primeira é subsidiária da norueguesa Odfjell
e recentemente vendeu alguns navios para o corte e hoje opera
apenas 4 embarcações, a Frota, no entanto, ao longo dos últimos
anos vendeu a maioria dos navios que possuía e atualmente opera
apenas navios de pequeno porte na região nordeste.
Uma das mais novas empresas brasileiras é a Maestra Logística, que
ainda não está operando, e utilizará em breve navios que há alguns
anos pertenceram a armadores nacionais já extintos.
A Mercosul Line, é parte do grupo A.P. Moller (Maersk), sendo esta
uma empresa criada para o transporte de containers em rotas de cabotagem
utilizando-se de poucos mas modernos navios construídos na Alemanha.
A Navegação Mansur é outro exemplo de decadência de nossos armadores,
pois atualmente opera navios antigos apenas em viagens de cabotagem,
embora tenha sido um dos principais armadores do nosso país.
A Navegação São Miguel possui embarcações de pequeno porte apenas
para apoio portuário, são navios utilizados para abastecimento de
embarcações maiores em portos como Santos, Rio de Janeiro e Salvador.
A Norsul Navegação atualmente opera em maior escala na região norte
nordeste transportando principalmente minério. A empresa já possuiu
uma das maiores frotas do país, e se destacava pelas cores bem
marcantes de seus navios, restando hoje apenas embarcações com mais
de 10 anos de serviço em sua frota.
A Transpetro possui atualmente a maior frota de navios em nosso
país, são cerca de 52 embarcações para transporte de petróleo e
seus derivados interligando os diversos terminais da empresa em todo
o Brasil. A empresa hoje em dia não possui navios de grande porte
como no passado, e opera navios shuttle por contratos de afretamento.
Nos próximos 4 anos a empresa deve receber cerca de 40 novos navios.
Resta saber, se serão somados aos já existentes ou servirão apenas para
substituí-los devido a elevada média de idade da frota em operação.
A Vale (antiga Docenave), é uma das mais promissoras empresas do
setor marítimo do nosso país, responsável por grandes lotes de
encomendas de navios de grande porte para transporte de minério
entre o Brasil e o Extremo Oriente, principalmente a China. Hoje
a empresa não possui na sua frota nenhum navio de bandeira do
Brasil ou sequer construído em nossos estaleiros, porém no passado
a empresa contava com grande número de navios construídos aqui.
Atualmente fala-se muito da nossa marinha mercante como se estivesse
revigorada graças a exploração de pétroleo em nossas águas, mas as
embarcações ligadas a esse setor na sua maioria são de pequeno porte,
rebocadores, PSVs entre outros. Como há um déficit muito grande ligado
ao transporte marítimo no Brasil, a utilização de tantos navios de
armadores estrangeiros causa uma quebra gradativa de nossos armadores.
4 comentários:
Rafael, muito bom o seu post! Mostra uma visão lúcida da situação da MM brasileira. O petróleo, de fato, está revigorando a indústria marítima brasileira, mas se não aplicarmos boa parte dos seus lucros em contrução de navios cargueiros "tradicionais", podemos voltar à fossa que foi o fim dos anos 80 e anos 90 no Brasil.
Hoje, vejo com entusiasmo a Login, que está ampliando sua frota com encomendas junto ao EISA.
Sempre é bom lembrar, "a Idade da Pedra não acabou porque acabaram-se as pedras." Não precisa ser assim com o petróleo. Hora de ampliar os horizontes, antes que seja tarde.
Fala meu amigo, parabéns pela iniciativa, pela post. Só tenho uma dúvida, sobre o INTRÉPIDO, ainda está operando pela Aliança? não teria sido vendido para a armadora DI GREGÓRIO e renomeado como DG COLUMBIA afretado para CMA CGM para operar em rotas de cabotagem no Brasil? me corrija se eu estiver errado. abraços
Cleverson
Renan, o problema e os poucos navios de fato construídos aqui são para a cabotagem, não vemos praticamente nenhum navio brasileiro navegando pelo mundo, as embarcações utilizadas aqui são todas estrangeiras. A Vale agora está aumentando a sua frota consideravelmente mas toda ela com navios de bandeira gringa, e mesmo assim nenhm navio construído aqui, é uma pena.
Obrigado pelo comentário de um grande abraço!
Olá Cleverson, obrigado.
Na verdade o DG Columbia é um navio e o Intrépido outro.
O Intrépido pertence a Aliança mas está fora de uso ja faz um bom tempo, ele está no estaleiro Renave no Rio de Janeiro, juntamente com outros navios do armador, mas inativos.
Essa história do DG Columbia ser utilizado pela CMA CGM já é meio antiga mas não sei se vai rolar não, em todo caso o navio até onde eu sei está pros lados de Manaus tbm inoperante há anos.
Abrss
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