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terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Porto de Santos terá terminal para receber cargueiros de 9.200 TEUs

O Porto de Santos será o primeiro do País com condições de receber navios de 9.200 TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés). Essas embarcações poderão atracar nos berços do Brasil Terminal Portuário (BTP), empreendimento de R$ 1,6 bilhão do Grupo Mediterranean Shipping Company (MSC) que começará a ser construído entre fevereiro e março do próximo ano, revelaram executivos da companhia em entrevista exclusiva para o jornal A Tribuna. Atualmente, os conteineiros que fazem escala na costa brasileira (em Santos, principalmente) podem carregar até 5.500 TEUs. "O Porto de Santos já se prepara para aprofundar seu canal de navegação a fim de receber navios de até 9 mil TEUs. Mas isso não é suficiente. Os berços devem ter a estrutura necessária para esse calado. O nosso terminal estará pronto para esses cargueiros", afirmou o diretor-geral do BTP, Henry Robinson. A instalação do Grupo MSC poderá receber esse tipo de navio pois seus berços terão 17 metros de profundidade e o costado, fundações ainda maiores. No restante do porto, a estrutura do cais terá de ser reforçada e aprofundada para que os pontos de atracação sejam dragados nessa medida e o costado não desabe. O Brasil Terminal Portuário será construído em um terreno de 292 mil metros quadrados entre o Píer da Alemoa e o Rio Lenheiro, no Saboó, na Margem Direita do porto.
A gleba, que vai da Avenida Augusto Barata (Retão da Alemoa) ao estuário, foi arrendada à Europe Terminal Brasil Participação,empresado GrupoMSC quecontrolao BTP. Segundo Robinson, o licenciamento ambiental para a obra deve ser emitido ainda neste mês, em conjunto pelas autoridades ambientais federal, o Ibama, e estadual, a Cetesb. Isso permitirá o início da construção no primeiro trimestre do próximo ano. A previsão sobre o começo dos trabalhos para a instalação do terminal havia sido anunciada pelo ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito, na noite da última quinta-feira, durante visita ao cais santista.
As informações foram apresentadas a Brito por executivos da MSC, com quem a autoridade havia se reunido durante a tarde. Na primeira fase de implantação, o BTP terá três berços, com um cais de 1.109 metros. O primeiro ponto de atracação será entregue em 2011, mas começará a operar no ano seguinte, quando os outros dois estiverem prontos.
Esses três berços serão destinados à operação de contêineres, explicou Henry Robinson. Com eles, o terminal poderá operar 1,1 milhão de TEUs por ano (só no ano passado, o porto movimentou 2,5 milhões de TEUs). GRANÉIS LÍQUIDOS Nesta primeira fase de implantação, o BTP também começará a operar granéis líquidos. Mas os trabalhos serão limitados à armazenagem dessas cargas.
Os embarques e desembarques dos navios vão ocorrer através do Píer da Alemoa. A atracação de navios-tanques (especializados no transporte de granéis líquidos) no BTP ocorrerá somente com a construção de seu quarto berço, obra prevista para a segunda fase da implantação. Essa etapa pode começar logo após o término da primeira, em 2012, e terminar entre 2013 e 2014, disse Robinson. Mas esta decisão dependerá da Codesp.
Como o quarto berço será construído ao lado do Píer da Alemoa, as obras acabarão paralisando as operações em dois dos quatro berços da instalação vizinha. A solução para esse problema está na expansão do píer, projeto que prevê aumentar seu número de berços para seis. De acordo com o diretorgeral do BTP, "só poderemos começar nossa segunda fase quando a Codesp tiver ampliado o Píer da Alemoa. Já conversamos com a Docas sobre esse problema e ela pretende ter os novos pontos de atracação prontos quando estivermos para começar a segunda fase". No quarto berço, o BTP pretende operar tanto contêineres como granéis líquidos. Com a conclusão desta segunda etapa, a empresa poderá movimentar 1,4 milhão de TEUs e 1,2 milhão de toneladas de compostos líquidos por ano, segundo Robinson.

Fonte: Jornal A Tribuna.

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