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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Terminais Portuários Brasileiros

Na atualização de hoje veremos o terminal de passageiros "Concais",
local responsável pelos principais embarques e desembarques de
navios de cruzeiro no Porto de Santos.

Vista áerea do Terminal e canal do estuário

No início do século 20, a área compreendida entre os armazéns 5 e 6
próximo ao edifício da Alfândega era responsável pela atracação dos
navios de passageiros. Posteriormente os navios de cruzeiro passaram
a atracar em frente ao armazém 15 na região do mercado, incluindo
o armazém IV Externo, de bagagem, tal local foi utilizado por décadas
quando os cruzeiros ainda eram uma opção exclusiva da elite social
do país.

Vista parcial do terminal e inúmeros ônibus utilizados na logística

A partir da segunda metade do século 20, com a expansão dos vôos
a jato, especialmente na década de 60, os transatlânticos deixaram
de conduzir imigrantes, e passaram a transportar passageiros em
viagens de lazer. Assim um novo conceito de viagens foi trabalhado 
para substituir os antigos "liners", navios que faziam linhas regulares,
como Londres x Nova York. Os transatlânticos foram transformados
em ambientes de lazer permanente, com atrações para todas as idades,
de crianças, passando por adolescentes e adultos até para as pessoas
mais idosas.
Costa Marina, 1º navio atendido pelo terminal (foto Marcelo Lopes)

O primeiro navio a ter os passageiros atendidos pelo Concais foi o
"Costa Marina", no cais do armazém 23, vizinho ao Terminal de
Passageiros. Mas o primeiro navio a atracar no cais do armazém 25,
foi o português "Funchal", em 2 de dezembro de 1998.

MSC Armonia deixando o cais para mais um roteiro (Rafael F. Viva)

O momento era economicamente favorável, pois o Brasil havia
facilitado o transporte marítimo de passageiros de um porto a outro
do país, a chamada cabotagem turística. Com a abertura do setor,
por meio de emenda constitucional, foi alterado este ponto da nossa
legislação, permitindo que navios de cruzeiro estrangeiros pudessem
fazer rotas de cabotagem. Assim os cruzeiros no Brasil começaram
a crescer, ano após ano.

Eugenio Costa, um dos mais famosos a escalar Santos nas décadas
de 80 e 90 (Foto: Bert Pellegrom)

Ainda no início da década de 90 era proibido que navios de cruzeiro
de bandeira estrangeira conduzissem turistas de um ponto a outro do
território nacional. Assim, um navio estrangeiro poderia embarcar
turistas brasileiros em porto nacional, mas o roteiro teria que incluir
portos do exterior, os cruzeiros não podiam ocorrer entre portos
brasileiros. Naquelas condições havia limites para a expansão do
turismo marítimo brasileiro.

Terminal em dia de grande movimento de navios (Concais)

Atualmente a atividade de cruzeiros marítimos no Porto de Santos
ainda é sazional. Ela se limita hoje a um período de 5 a 7 meses
contínuos. E nem em todos os 150 ou 210 dias há movimentação de
navios. No caso santista, a temporada se ampliou consideravelmente,
pois quando o Concais iniciou as atividades, a temporada se estendia
a no máximo 3 meses corridos, em média com 50 dias de operação.

O terminal disponibiliza instalações para as autoridades que atuam
na recepção e segurança de passageiros e tripulantes como: Codesp,
Alfândega, Polícias Federal, Civil e Militar, Guarda Portuária,
Anvisa, Agências Marítimas e armadores.

MSC Musica fazendo o giro para atracar no Concais (Rafael F. Viva)

O Concais está situado no armazém 25 do cais santista, com uma
área operacional de 37.5000m², o terminal possui capacidade de
atendimento de 42.000 passageiros por dia. Possui uma retroárea
com 18.000m² projetada para atender o fluxo de veículos de passeio,
ônibus e vans, que auxiliam na logística de embarque e desembarque
de passageiros, com mais de 75 vagas para ônibus.

MSC Opera em manobra de atracação no Concais (Bruno Pricoli)

Mas nem tudo são flores, pois o terminal só pode receber a atracação
de um navio por vez, e na temporada Santos chega a receber 4, 5 ou
6 navios em um único dia, causando diversos problemas para o
complexo portuário, pois navios são manobrados ao longo de quase
todo o porto, compreendido entre os armazéns 15 ao 32.

MSC Musica finalizando manobra no Concais (Foto: Bruno Pricoli)

Tal situação causa enormes transtornos aos passageiros que estão
embarcando e desembarcando, pois os navios muitas vezes atracam
demasiadamente longe do terminal de passageiros tendo que ser
transportados por ônibus por todo o cais santista, em meio a inúmeras
carretas e toda a confusão causando pelo excesso de veículos.

Muitos armadores estão modificando suas rotas e seus locais de
embarque e desembarque, utilizando portos como Rio de Janeiro e
Itajaí fugindo dessa forma dos gargalos santistas.


Fonte: Concais (adaptado)

Um comentário:

Anônimo disse...

Dizer que os armadores mudam seus roteiros para Itajaí e Rio para evitar gargalos em Santos é a mesma coisa que dizer que no EUA os armadores estão mudando de Fort Lauderdale, ou Miami para Bayonne ou Mobile para evitar gargalos...